quinta-feira, 21 de agosto de 2008

AUTO-AJUDA -II



TER BONDADE...

É muito natural que, em nossos primeiros passos na seara do bem, sintamo-nos de fizemos, por mais nobre que tenha sido a nossa ação.
Se não nos consideramos diferentes das outras pessoas porque fazemos o bem, quando a adversidade aparece, nós a enfrentamos sem reclames ou revoltas. Se, no entanto, estamos constantemente a espera de recompensas pelo que julgamos ter feito de bom, cada vez que surge um problema, pensamos: “Eu faço tudo direito, isso não deveria estar acontecendo comigo”. Na prática, isto significa potencializar a dor, isto é, multiplicá-la pelo pseudo-valor que atribuímos a nós mesmos.
Não é exagero afirmar que, quanto maior for a pretensão de sermos bem tratados pelos nossos “méritos”, maiores serão as frustrações, decepções e desilusões. O estrago da queda é proporcional à altura em que acreditamos estar.
Se, ao contrário, não nos considerarmos merecedores de homenagens, reconhecimentos e elogios, estaremos bem mais preparados para tolerar e compreender a ingratidão, a indiferença e a desonestidade.
Não que mereçamos o mal em decorrência do que fazemos de bom. Não é isso. Simplesmente não nos afetaremos tanto com a maldade, ao ponto de pensarmos que o bem não vale a pena, se apenas formos bondosos pela bondade, honestos pela honestidade e generosos pela generosidade. O verdadeiro bem é aquele praticado sem qualquer interesse, e unicamente por amor à Verdade.
Não há como negar que a ingratidão daqueles a quem ajudamos com sinceridade e carinho, abre feridas em nossos corações. Contudo, elas cicatrizarão mais rápido se compreendermos que aquilo que importa é a prática do bem, independentemente de quem tenha sido beneficiado por ela.
A nossa insistência em agirmos do melhor modo que pudermos, dar-nos-á a sabedoria necessária para não cairmos em novas armadilhas. Um dos atributos da bondade é a prudência. Ela é presenteada por Deus ao justo, para que ele, sem perder a pureza, possa se defender dos aproveitadores e trapaceiros.
À medida que vamos progredindo moralmente, sentimos uma necessidade cada vez maior de melhorarmos a nós mesmos e de efetuarmos boas obras. O serviço aos outros torna-se um prazer. A ação correta e a palavra honesta não são mais meios para se atingir o paraíso, mas sim partes desse paraíso, componentes fundamentais do nosso bem estar.
Quem ama o bem, não pode viver sem ele. Quando pautamos de fato a nossa vida pelas virtudes, o sentido de estarmos vivos passa a ser o de sermos virtuosos.
Para quem ama servir, ser o servidor de todos é a maior satisfação que se pode ter. Não há outras além dessa. O serviço a todos é o motivo maior da sua felicidade, e não a gratidão daqueles a quem serve. Como diz uma frase de pára-choque de caminhão: “O bom não é ser importante; o importante é ser bom!”.
Se os outros não compreendem a nossa vontade de ajudar ou não nos agradecem pelo auxílio que prestamos, isso não é razão para desanimarmos. Ser bondoso não é ser considerado assim pelos outros, mas é seguir o chamamento espontâneo do próprio coração, que deposita toda sua esperança na oportunidade de prosseguir servindo sempre, e em nada além disso.
Ter bondade é ter a coragem de se dedicar integralmente ao bem, abrindo mão de toda recompensa...

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